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Clássicos: Ozzy Osbourne – “No More Tears” (1991)

“No More Tears” é o sexto full lengh da carreira solo do Madman, Ozzy Osbourne.

Recentemente, Ozzy Osbourne anunciou sua aposentadoria dos palcos. No entanto, vários fatores contribuíram para que o Madman tomasse tal decisão, sendo a idade, seguido de seu estado atual de saúde, os dois principais fatores.

Com um currículo e uma carreira que dispensa comentários, além de ser parte importante na história do Heavy Metal, Ozzy se aposenta em um momento onde seu mais recente trabalho, o recém lançado “Patient Number 9”, resgata seu passado, trazendo-o de volta ao Heavy Metal, já que em seu penúltimo registro, algumas derrapadas e mudanças “exageradas” desagradaram parte de seus fãs, que duvidaram ouvir um novo trabalho com músicas relevantes, principalmente, voltadas ao estilo que o consagrou.

1991 No More Tears – Ozzy Osbourne (C.D E.U Epic 4678592)

“No More Tears”

Viajando no tempo e revisitando o passado, paramos em 1991, ano em que o mundo conheceu “No More Tears”, um dos discos mais importantes e marcantes da década de 90.

A produção foi da dupla Duane Baron e John Purdell (Quiet Riot, Britny Fox, Foreigner, Heart, Alice Cooper, etc)

O disco conta com 11 faixas inéditas e foi lançado oficialmente no dia 17 de setembro de 1991.

Seguindo o ditado que diz: “em time que está ganhando não se mexe”, Ozzy trouxe a mesma banda que gravou o disco anterior, “No Rest For The Wicked, constituída por Zakk Wylde nas guitarras, Bob Daisley no baixo, John Sinclair nos teclados e Randy Castillo na bateria.

Sem mais, é hora de mergulhar nas ondas sonoras de “No More Tears”. Vem comigo.

O disco abre com “Mr. Tinkertrain”, faixa que transita entre o Hard e o Heavy Metal e de cara é preciso falar da dupla Zakk Wylde e Bob Daisley.

Enquanto Zakk dispara riffs certeiros de sua guitarra, Daisley não economiza em seu contrabaixo, emanando linhas pesadas e muito bem executadas, resultando numa combinação perfeita de peso e melodias.

Merecidamente, a canção foi um dos singles contemplados com um videoclipe.

“I Don’t Want To Change The World”

E já que falamos de riffs, “I Don’t Want To Change The World” é mais um momento onde a dupla Zakk & Daisley roubam a cena e mostram que Ozzy Osbourne sempre teve faro apurado para contratar músicos excelentes para sua banda.

BOB DAISLEY / Reprodução / Acervo
ZAKK WYLDE / Reprodução / Facebook

Entre riffs e solos, é possível ouvir dedilhados de violões que caem como luva numa música onde o refrão teima em ficar grudado no cérebro.

“Mama I’m Coming Home”

A escolha de “Mama I’m Coming Home”, uma balada como a terceira faixa do disco, não poderia ter sido tão acertada, visto que num pequeno retrospecto, notamos uma trinca perfeita, daquelas que já valeriam o disco.

Dona de melodias encantadoras, backing vocals harmoniosos e linhas de violões belíssimas, vemos um Ozzy mais contido e mais “suave” em seus vocais. Agradando até mesmo o ouvinte mais exigente (sou um deles).

Mr. Zakk

Numa análise mais intimista, é possível dizer que “Mama I’m Coming Home” mostra o melhor de cada músico em seu respectivo instrumento, além de trazer um solo genial executado com maestria por Mr. Zakk.

Numa palavra: espetacular!

OZZY & BOB / Reprodução / Facebook

“Desire”

*A saber, temos aqui mais um single que ganhou videoclipe, tocando exaustivamente na época em que a MTV era uma ferramenta importante para a música.

Flertando com o Hard Rock, “Desire” mantém o disco em alta e aqui os destaques vão para Randy Castillo, responsável por massacrar sua bateria sem dó, nem piedade.

O encontro entre as bases do contrabaixo de Daisley, as guitarras pesadas de Zakk e a linhas de bateria de Castillo proporcionam ao ouvinte mais um grande momento do disco.

RANDY CASTILLO (R.I.P) / Reprodução / Facebook

O início peculiar de “No More Tears” é um dos momentos marcantes do disco e por que não dizer, o ápice?

Bem construída, a canção apresenta momentos distintos de melodias e instrumental intimista, distanciando-se das demais, visto que as variações de melodias e harmonias durante sua execução fazem com que em dado momento o ouvinte pergunte se ainda está ouvindo a mesma canção.


Um história dividida em várias partes


É como se fosse uma história contada em várias partes e vários trechos, trazendo à primeira ouvida uma certa complexidade, porém, no final, basta apenas entender e deixar se levar por seu refrão pegajoso e solos extraordinários.

OZZY OSBOURNE / ZAKK WYLDE / Reprodução / Facebook

“No More Tears”

Se até aqui, John Sinclair e seus teclados estiveram ausentes em minhas citações, saiba que em “No More Tears”, ele conseguiu trazer o melhor do “horror sound” numa performance espetacular, lembrando em alguns momentos canções como “Mr. Crowley” e “You’re No Different”. Sem dúvidas, a cereja do bolo.

No terreno da música clássica, “No More Tears” seria uma ópera muito bem composta, dividida em várias árias.

Bob Daisley

Poucas músicas conseguem ser lembradas por suas linhas de contrabaixo, bem como poucos baixistas conseguiram criar levadas simples e perfeitas numa canção.

Felizmente, Bob Daisley ajudou a criar um clássico.

BOB DAISLEY / OZZY OSBOURNE / Reprodução / Acervo

“Won’t Be Coming Home (S.I.N.)”

Esqueça os primeiros segundos de “Won’t Be Coming Home (S.I.N.)”.

Note em dado momento o quão parecida é sua melodia às de “Bark At The Moon”.

Similaridades musicais detectadas, é preciso exaltar o seguinte:

Zakk Wylde e Bob Daisley formam uma das melhores duplas musicais de todos os tempos (fato).

“Hellraiser”

Do encontro entre Ozzy, Zakk e Lemmy Kilmister (Motorhead) nasceu “Hellraiser”, faixa que se transformou em mais um single de sucesso do Madman.

Diferente da versão gravada pelo Motorhead no álbum “March Or Die” (1992), a versão “Osborniana” apresenta em seu início um clima denso e sombrio, soando diferente e um pouco mais atraente (musicalmente falando).

LEMMY KILMISTER / OZZY OSBOURNE / Reprodução / Acervo

Algo precisa ser dito sobre as performances dos “monstros” Zakk & Daisley? Acredito que não.

O sucesso de “Hellraiser” invadiu também os videogames já que a canção foi parte da trilha sonora de “Painkiller”, vídeo game publicado pela Dreamcatcher Interactive em 2004.

“Time After Time”

“Time After Time” (não confundir com a canção da cantora pop, Cyndi Lauper) é mais um momento calmo e tranquilo do disco, em mais uma Power Ballad sem a grandeza de “Mama I’m Coming Home”, porém não menos impactante, principalmente no solo de guitarras genial executado por Zakk Wylde.

“Zombie Stomp”

O início esquisito de “Zombie Stomp” pode causar um certo espanto durante os dois primeiros minutos, visto que Bob Daisley dispara de seu contrabaixo levadas funkeadas, enquanto as guitarras “arranham” alguns acordes, seguido de bateria tribal de Randy Castillo.

Pois, o que parecia ser algo sem muito atrativo, logo se transforma em música interessante com passagens individuais e intimista de cada músico.

RANDY CASTILLO (R.I.P) / Reprodução / Acervo

Em formato de single, talvez “Zombie Stomp” soasse desconexa e/ou deslocada, porém como parte da tracklist, é possível compreender que trata-se de outro momento interessante.

“A.H.V”

Em sua reta final, “A.V.H” chega com um ar de música “Country/Southern”, em seu início, porém esta impressão dura poucos segundos, e o que vem à seguir é um Hard’n Heavy, apagando totalmente a impressão inicial.

*Particularmente, acho a música “mediana” do disco. Não decepciona, porém não impressiona.

Encerramento “Road To Nowhere”

Enfim, o encerramento fica por conta de mais uma balada, a belíssima e melódica “Road To Nowhere”, canção que traz em suas guitarras bases iniciais linhas melódicas que nos remetem a o que fazem Slash (Guns N Roses), Kevin Pratt (Heaven), Steve Rothery (Marillion), Manny Charlton (Nazareth), etc.

Além da parte instrumental que dispensa comentários, Ozzy adicionou um timbre agradável, encaixando perfeitamente às melodias que pode não ter o mesmo impacto musical de “Mama I’ m Coming Home”, porém, é tão bela e tão atrativa quanto.

Ao final, é recomendável usar a tecla “repeat” sem moderação.

OZZY OSBOURNE / Reprodução / Acervo

“No More Tears” (o disco) chegou num momento conturbado da vida de Ozzy Osbourne, já que algumas polêmicas envolvendo seu nome estavam em evidência.

Aliás, na época, o cantor tentava se livrar das drogas e do álcool, vícios presentes (e frequentes) por anos em sua vida.

Ozzy X Grunge

Ao passo que, o Grunge tomou de assalto as paradas musicais, colocando bandas como Pearl Jam, Soundgarden e Nirvana no topo. Por outro lado, nomes como Michael Jackson, Red Hot Chilli Peppers, Guns ‘N Roses e Metallica também lançaram discos que venderam milhões e bateram recordes em todo o mundo.

Em resumo, sem se importar com o que acontecia à sua volta, Ozzy apostou suas fichas num disco maduro e até meio sombrio, resultado das parcerias e do momento criativo do Madman.


Os resultados não poderiam ser outros, senão um disco relevante que vendeu 4 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos.

Algumas observações acerca do disco:

Mike Inez

Integrantes:

Faixas:

Redigido por: Geovani “Wednesday Addams’ Dance” Vieira

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