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Clássicos: Lȧȧz Rockit – Annihilation Principle (1989)

Gravadora Enigma

Eu poderia bem deixar esse disco como injustiçado, porque a banda infelizmente não ganhou a fama que merecia, mas o considero um dos mais clássicos que já ouvi de Thrash Metal. Nascidos em 1981 com um nome diferente, os americanos não praticavam o som que os fez mais famosos, mas sim um Heavy Metal mais simples, porém que era o embrião de seu futuro. O quinteto da Califórnia, chamado Lååz Rockit, lançou três álbuns antes de do seu consagrado ‘Annihilation Principle’ de 1989, um disco rápido e muito bem construído com nove composições de ótima qualidade. Os seus antecessores, de 84, 85 e 87, apresentaram uma mudança orgânica do som da banda, evoluindo naturalmente e sem nenhuma forçação de barra no que resultou, em 89, no lançamento de um registro maravilhoso.

A música de abertura é a excelente “Fire in The Hole”, com uma bateria rápida e vocais agressivos, a composição é direta e com um refrão grudento, que te fará repetir junto a Michael Coons a frase título da música. Já “Mob Justice” tem um DNA mais cadenciado, porém com bases pesadas e um solo bem presente. O baixo de Willy Lange é denso e alto, mantendo uma sustentação maravilhosa para o resto dos instrumentos. Seguindo o padrão da anterior, “Chain of Fools” apresenta seu estilo cadenciado, esbanjando de riffs maravilhosos e que enchem nossos ouvidos com palhetadas rápidas e bem executadas. A dupla de guitarristas, Phil e Aaron, arrebenta, dando um show de entrosamento. O vocal de Coons é outro show a parte. “Shadow Company” surge para apresentar uma introdução tenebrosa e uma composição rápida, com nuances maravilhosas e uma letra simples e que você facilmente conseguirá acompanhar. O solo dessa faixa é outra pancada no ouvido, ele é rápido e técnico, combinando perfeitamente com a ambientação da composição. Em quinto lugar, ouvimos o excelente cover “Holyday in Cambodia”. Sentimos aqui como se a mesma evoluísse a um nível mais bruto e agradável aos ouvidos. Desculpa Dead Kennedys, a música pode até ser originalmente de vocês, mas o Lååz Rockit combina mais com ela.

O full lenght apresenta ainda “Bad Blood”, uma composição com toda a identidade da Bay Area e a excelente bateria de Victor Agnello lhe dando peso e profundidade. Os vocais aqui são mais agressivos e diretos, com refrãos excelentes. Novamente o solo é um show a parte. “Chasin’ Charlie” une os dois mundos da sonoridade da banda, ou seja, partes mais cadenciadas e mais rápidas, criando pontes excelentes e muito bem construídas. Novamente, a agressividade dos instrumentos unida a voz única de Coons criam uma atmosfera única ao ouvinte, simplesmente maravilhosa. Ainda ouvimos aqui “Mirror To Madness”, que possui uma introdução que me lembra um pouco a maravilhosa “Nice Dreams” do Powermad, mas com anabolizantes. Pesada, direta, e excelente. Essas são as qualidades dessa composição de 5 minutos. Os riffs lotados de overdrive e uma bateria old school criam um ambiente propicio para bater cabeça desenfreadamente. Uma faixa completa que se porta excepcionalmente bem no compacto. Para fechar o disco, a composição “The Omen” aparece para deixar sua marca, com toques suaves e ambiente leve, a faixa transposta o ouvinte para outro lugar, afinal, aqui não existe nada daquele som pesado e direto que vinha sendo apresentado pelo quinteto, e sim uma música suave, com um pouco de melancolia, mas que finaliza, de forma diferente, porém muito boa, um trabalho acima da média.

Após esse disco, a banda ainda lançou alguns compactos muito bons, porém está com paradeiro desconhecido desde 2018, então não sabemos quando virá um novo lançamento de uma das pérolas do underground 80’s.

Nota: 8,8

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Yurian ‘Dollynho’ Paiva

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