Muito se falou e ainda tem se falado no show de despedida do Black Sabbath, um evento histórico que marcou o mundo rock para sempre. A Back to the Beginning também será lembrada pela última apresentação ao vivo de Ozzy Osbourne, que emocionou os cerca de 40 mil fãs que compareceram ao estádio do Aston Villa em Birmingham, no dia 5 de julho, além de 5 milhões telespectadores ao redor do mundo que acompanharam o evento via streaming.
No entanto, antes do dia evento muitos especulavam se Ozzy conseguiria cantar ou mesmo se apresentar devido às suas atuais condições de saúde; mas o Príncipe das Trevas reuniu todas as suas forças e entregou tudo de si para o seu último grito de guerra, se despedindo dos fãs de uma forma digna, emocionante e memorável.
No mês passado, Tony Iommi revelou à Music Week que não saber o que poderia acontecer, era algo que o preocupava. Além de que, a banda subiria ao palco com o icônico baterista Bill Ward, de 77 anos, pela primeira vez em vinte anos:
“Seria algo grandioso e monumental se tudo desse certo. O que me preocupa é o desconhecido. Não sabemos o que vai acontecer.
Normalmente, quando fazíamos turnê, ensaiávamos por um tempo, e éramos só nós dois. Mas com este evento, há tantas outras partes em movimento.”
Bem, como você já sabe, as coisas deram certo, e muito, para a alegria de todos!
Agora, aliviado, Tony Iommi, concedeu uma nova entrevista ao “Trunk Nation With Eddie Trunk” (via Blabbermouth) e, comentou sobre esse momento impactante da história do rock:
“Bem, pensando bem, os últimos meses têm sido estressantes. E começamos a ensaiar há um mês. Mas nunca se sabe até o dia. Quer dizer, não tocávamos em um palco grande com o Bill havia 20 anos, então eu estava me perguntando o que iria acontecer. Mas não, deu tudo certo.
Quer dizer, arrecadou muito dinheiro para instituições de caridade, e isso foi o principal. E foi ótimo ver os caras e todos juntos novamente por algumas semanas, de verdade, enquanto ensaiávamos e nos reencontrávamos. Foi bom, sim.”
Iommi contou como foi se reunir com a formação original do Black Sabbath depois de tanto tempo e elogiou a apresentação de Bill Ward:
“Eu moro na Inglaterra e os outros três estão nos Estados Unidos. Então, com a vinda de todos, sim, tivemos tempo para conversar e relembrar os velhos tempos. E tudo voltou ao normal, como se não tivéssemos nos separado, o que foi ótimo. E, claro, muita coisa aconteceu nos últimos — sei lá — 10 anos, ou algo assim, desde que fizemos um show [com o Sabbath] e, claro, como eu disse antes, não tocávamos com o Bill ao vivo havia 20 anos, então era complicado imaginar o que ia acontecer, na verdade.
Porque o Bill, quando toca, toca coisas diferentes a cada vez. Então, é preciso estar atento. Mas não, correu tudo bem. Quer dizer, foi estranho para nós subir num palco enorme, com uma plateia enorme, e ainda por cima sermos transmitidos para milhões de pessoas. É muito estressante para um show único. Normalmente, faríamos uma turnê e estaríamos gravando, mas ficarmos todos animados para um show e então — bum, acabou — pareceu muito estranho.”
Tony Iommi continuou falando sobre sua preocupação com Ozzy e sua saúde delicada:
“Essa era a minha preocupação e a preocupação de todos nós, na verdade — Geezer, eu e Bill. Achávamos que ele deveria ter uma pausa mais longa. E não sabíamos bem como faríamos isso, porque o plano original era que teríamos uma cortina, que seria levantada e estaríamos todos lá.”
Mas é claro que, no dia — bem, no dia anterior, quando fomos fazer a passagem de som no estádio — a cortina não funcionou e eles acharam melhor não usá-la porque estava ventando. Então, tivemos que descobrir como iríamos subir no palco, que, aliás, era um palco giratório. Era basicamente colocar o Ozz no palco, porque ele estava no trono. E aí o Geezer e eu entramos. E o Bill já estava no palco. Então, foi tudo improvisado à medida que avançávamos, na verdade.”
Em seguida, Iommi relembrou o momento em que Bill Ward tirou a camisa como nos velhos tempos e contou uma história:
“Meu Deus. Vou te contar uma história engraçada. Quando tivemos um intervalo em um dos ensaios, fomos comer no estúdio, e o Bill tirou a camisa, e o Geezer estava prestes a comer um sanduíche. Ele disse: ‘Ah, Bill, veste a camisa. Você está me desanimando com o sanduíche.’ [Risos] Mas é típico do Bill. Ele está sempre tirando a camisa. Quer dizer, antigamente, ele sempre tirava a camisa. Eu disse ao Bill: ‘Caramba, Bill, você parece o Gollum.’
E acho que ele nem sabia quem era Gollum. Ele sempre foi o mesmo Bill. Ele simplesmente não se importa. Ele segue em frente e faz o que quer, o que é ótimo. Bill sempre foi assim. E imediatamente, é claro, todas as piadas recomeçaram assim que nos encontramos, nos provocando. Foi muito divertido, na verdade. Foi ótimo. A comunicação continuou de anos atrás.”
